Poucas raças caninas são tão confundidas entre si quanto essas duas. Lhas Apso e Shih Tzu têm mesmo muito em comum. Não só na aparência, responsável pela surpresa de quem descobre que eles não são um único cão, como também na origem, em certos aspectos do temperamento e nos cuidados que exigem. Duas dessas semelhanças são determinantes do sucesso atual da dupla. Porte pequeno e pelagem vasta formam combinação promissora para um cão no mundo moderno. Rotinas atribuídas e a crescente escolha por moradias compactas acenam com simpatia para alternativas caninas práticas e portáteis. Elas se acomodam bem até nas menores casas, são fáceis de transportar e potencialmente mais baratas de manter. Quanto à cabeleira abundante, embora perca em praticidade para visuais mais básicos, é mais chamativa e lidera a preferência do público de cães pequenos.
O fato é que Lhasa e Shih Tzu vivem popularidade ascendente no Brasil. De 2000 a 2006, a produção de Lhasas oficialmente declarada na Confederação Brasileira de Cinofilia (CBKC) aumentou em quase 85%, passando de 2.639 filhotes nascidos para 4.848. Quanto à criação de Shih Tzus no mesmo período, teve o surpreendente crescimento de 440%: foi de 1.635 nascimentos para 8.838. Considerando-se apenas o ano passado, os dois, somados, representaram 15,52% de todos os cães de raça que nasceram e receberam pedigree da CBKC. Hoje, o Lhasa é o 4º cão do País em número de filhotes nascidos. O Shih Tzu é o 2º (à frente dele, apenas o Yorkshire).
O porquê de o Shih Tzu liderar a dupla não se sabe ao certo. O maior ou menor sucesso dessa ou daquela raça muitas vezes não pode ser estabelecido com precisão. Mas há pelo menos uma tese coerente para explicar a supremacia quantitativa do Shih Tzu, verificada não só no Brasil como em outros importantes centros cinófilos (veja quadro Nas grandes cinofilias). Embora os dois sejam pequenos, o Lhasa – em média – é maior (veja quadro Quem é quem). “Para o grande público, quanto menor, melhor; as pessoas querem um cachorro pocket, com isso, o Shih Tzu leva vantagem”, analisa o criador de ambas as raças Guilherme de Berrêdo Martins, do canil Axeram, de São Luís. Junte-se a isso uma faceta de temperamento. O Shih Tzu é um cão extrovertido. O Lhasa faz o gênero reservado. Muitas vezes, o conjunto de características dele é até mais adequado para o estilo de vida do futuro dono, mas a primeira impressão conta muito e é rapidamente divulgada pelo boca-a-boca. “Na maioria dos casos, o público se encanta mais com o cão festeiro, que vê o comprador e corre na direção dele abanando o rabo; esse é o Shih Tzu, não o Lhasa”, compara a criadora Ana Kramer, do canil Christal Kramer, do Rio de Janeiro, que há 11 anos se dedica às duas raças. “O Shih Tzu leva a fama de mais simpático”, conclui Eduardo Teixeira, ex-criador de Lhasas e dono do canil Prime Moon, do Rio de Janeiro, eleito o 3º melhor de Shih Tzu pelo ranking CBKC de 2006.
Temperamento Típico
Que ninguém rotule o Lhasa de antipático. Seu perfil comportamental tem um quê de guardião, atribuído ao passado de cão de alarme (veja De onde vieram). É esperado e natural que cães usados para a guarda não se comportem de forma muito receptiva a estranhos. O Lhasa típico, embora não seja agressivo, geralmente não é dado a intimidades com pessoas desconhecidas. Já o Shih tzu, aprimorado exclusivamente como cão de companhia, é o cachorro do Roberto Carlos: quer ter um milhão de amigos. “O Lhasa possui natureza desconfiada, o Shih Tzu vai com todo mundo”, compara a criadora britânica Judy Jones, de Birkenhead, na península Wirral, que se dedica a ambas ás raças há 13 anos. “O Shih Tzu recebe qualquer um com pulos e lambidas, não se pode esperar essa efusividade de um Lhasa”, pondera o veterinário e juiz cinófilo Luiz Paulo Raeder, de Curitiba. “Se a visita for assídua, ele até abana o rabo para cumprimentá-la, mas logo vai para o canto dele; se for um visitante eventual, o mais comum é que lata para anunciar a chegada da pessoa e depois fique indiferente”, resume Raeder, também criador das duas raças e dono do canil Raeder, o 2º melhor de Lhasas pelo ranking 2006 da CBKC. O Shih Tzu , há quem defina, tem personalidade ingênua. “Age como se conhecesse todos de longa data; é daqueles que levam a bolinha para o ladrão”, diverte-se Ana.
Na intimidade do lar, essas facetas do temperamento também se manifestam. O Lhasa é o típico cão de um dono só. O Shih Tzu é o típico cão de família. Ainda que muitas vezes também eleja uma pessoa em especial, é mais discreto nas manifestações da preferência. “Ele até festeja um pouco mais o dono favorito, mas essa relação não parece a tônica da vida dele”, diz Teixeira. “O Shih Tzu é incrivelmente interativo com todos da casa, prestigia com entusiasmo um por um, ninguém se sente em segundo plano”, detalha o criador. Se o Shih Tzu estiver no colo do dono principal, ilustra Berrêdo Martins, e outro membro da família o convidar para brincar, o mais esperado é que ele vá de imediato. Com o Lhasa, o mais provável é que isso não ocorra.Ele é, sim, simpático e amigável com familiares, mas a tendência é que faça alguém se sentir a pessoa mais querida e indispensável do planeta. “Quando essa estiver em casa, é ao lado dela que o Lhasa estará; e, na maioria das vezes, não adianta chamá-lo, ele não sairá de perto do ser amado”, conta a criadora de ambas as raças Luciana Pombo, do canil Pombo´s Curitiba, 4º melhor de Lhasas pelo ranking CBKC de 2006. “Se você quer um cão só seu, tenha um Lhasa; comparado ao Shih Tzu, ele parece estabelecer um vínculo mais profundo com o dono número 1”, afirma Raeder. “Ele é completamente apaixonado por uma única pessoa”, concorda Berrêdo Martins.
O Lhasa também é menos absorvente. Ainda que faça questão da proximidade com o dono, não solicita tanto atenção nem contato físico. “O Shih Tzu cutuca a gente pra ganhar cafuné, para subir no colo; o Lhasa até age assim de vez em quando, mas em geral deita ao nosso lado e sossega”, comenta Raeder. “É uma raça mais independente, menos carente”, endossa Judy. Daí ser comumente apontado como o melhor da dupla para quem precisa deixar o cão sozinho parte do dia. De qualquer forma, vale ressaltar, nenhum cachorro, de raça alguma, gosta de solidão. Se a ausência das pessoas for rotineira e prolongada, o melhor cão será sempre o de pelúcia.
Quanto ao convívio com crianças, há muitos casos felizes envolvendo as duas raças. Mas, se a idéia é providenciar um companheiro canino para a garotada, o mais indicado da dupla é o Shih Tzu. Sobretudo, se os donos mirins forem novos e cheios de energia. “Ele responde mais às brincadeiras; o Lhasa é um cão mais sério.”, observa Ana. “O Shih Tzu é mais tolerante, gosta de participar da bagunça e não demonstra se incomodar em ser carregado e levado de um canto para outro”, acrescenta Berrêdo Martins. O Lhasa não se deixa contagiar da mesma forma pela disposição infantil. “Ele fica olhando para o agito com um ar de ‘o que seria isso?’ e, na maior parte das vezes, ou não compartilha dele ou é breve nas participações”, completa Judy. Mas é bom que se saiba: acidentes podem ocorrer com ambos. Para começar, embora não estejam entre as raças pequenas de físico especialmente frágil, eles podem acabar machucados em quedas ou trancos mais bruscos. Além disso, mesmo o mais paciente dos cães tem limites. Se as crianças não forem educadas para respeitá-los e ultrapassarem a fronteira dos bons tratos, podem ganhar um chaga pra lá não só de Lhasas como também de Shih Tzus.
Em comum, esses dois cães, ao contrario de muitas das raças pequenas, não tem nada de elétricos. Lhasa e Shih Tzu apresentam um grau de atividade moderado. Alternam momentos de energia com outros de pura calmaria. Entre os dois, o Lhasa muitas vezes é tido como levemente mais sossegado. Há vários relatos de exemplares da raça que nem demonstram alegria ao ver a coleira de passeio. “São caseiros e tranqüilos, não dão muita bola para caminhadas narua”, observa Ana. “Já o Shih Tzu, quando percebe que vai sair, fica todo contente, mas , em compensação, cansa rápido; ai empaca ou pede colo”, compara a criadora. A dupla também é abençoada com uma qualidade muito apreciada pelos donos: não são cães destruidores. Na infância podem, sim, aprontar algumas travessuras. Até nessa fase, porém, não estão entre as raças que certamente deixam suas marcar para posteridade em forma de moveis roídos e objetos estragados. E, quando adultos, salvo exceções, Lhasas e Shih Tzus se comportam com disciplina, virtude ainda mais relevante quando se trata de cães pouco predispostos a acatar ordens. Caso de ambos.
No conhecido ranking de obediência canina publicado no livro A Inteligência dos Cães, de Stanley Coren, fica claro que o lema da dupla é finja-se de surdo sempre que preciso. Foram avaliadas 133 raças quanto à habilidade para aprender e cumprir comandos. Como houve casos de empate, estabeleceram-se 79 colocações. O Lhasa ficou na 68ª. O Shih Tzu, na 70ª. “Nenhum deles é realmente obediente”, conta Judy. “Se você der uma ordem que não seja interesse desses cães, eles a ignoram e obrigam a repeti-lá varias vezes.” Mas, deve-se reforçar: a teimosia dos dois, combinadas com a natureza bem – comportada, raramente gera problemas de convívio. “Eles não ficam fazendo o que não devem, simplesmente dispensam muitas orderns”, conclui Lucinana. Também não incomodam pelos latidos. Nenhum nem outro podem ser classificados como barulhento. O Lhasa, fiel aos tempos de cão de alarme é mais atendo a acontecimentos que fujam da rotina e late mais para sinalizá-los. “Ele pressente a chegada de visitas antes mesmo que toque a campainha e logo late para nos avisar; o Shih Tzu só percebe depois, e ainda assim, late pouco ou nada para recebê-las, comenta Ana. “O Lhasa late antes e por mais tempo, mais nada comparado àqueles cães frenéticos que fazem estardalhaço”, ressalta Berrêdo Martins.
Quem é Quem
Lhasa e Shih Tzu compartilham várias similaridades físicas: porte epequeno; formato corporal retangular (comprimento do tronco supera a altura na cernelha), orelhas pendentes e franjadas; cauda emplumada e virada para as costas; e pelagem vasta, com mesmo estilo de caimento. Os dois também existem nas mesmas variedades de cor: particoloridos (branco com outras cores) e sólidos (uma única cor). Mas é possível diferenciar as duas raças com precisão. Pelo menos, em se tratando de cães típicos, aqueles que se aproximam satisfatoriamente das exigências do padrão oficial. Confira.
Riscos
Como se sabe, raças muito populares caem nas mãos de criadores de interesse exclusivamente comercial. Some-se a isso a grande quantidade de donos particulares sem qualquer preparo em técnicas de reprodução, mas que não pensam duas vezes antes para acasalar o mascote com o cachorro do vizinho. A matemática da criação não perdoa: o maior número de cruzamentos mal planejados é igual à maior incidência de exemplares com desvios físicos, temperamentais e de saúde. As duas raças já são vítimas da equação no Brasil. Há, em proporção significativa, exemplares de ambas com temperamento agressivo, com aparência atípica e com males genéticos. Mas os Shih Tzus de má qualidade, observam a maioria dos entrevistados, estão ainda mais pulverizados pelo País. “Ele virou o típico cão disponível em qualquer pet shop ou feira de filhotes, o que ainda não acontece com o Lhasa na mesma escala”, comenta Raeder. “Hoje, o interessado em comprar um Shih Tzu muitas vezes nem chega a pesquisar sobre os canis da raça, ele sai de casa, vê o cachorrinho numa vitrine e já resolve o assunto sem nem pensar na procedência do exemplar”, lamenta o criador.
O Shh Tzu, também de forma mais notória que o Lhasa, tem sido alvo da velha e má miniaturização, comum em raças populares de pequeno porte e associada à fragilidade física e a problemas neurológicos. Ainda assim, especialmente providenciada por criadores despreocupados com o aprimoramento racial, mas engajados em atender à desavisada procura do público pelos menores cães. Já são rotineiras no mercado as ofertas de Shih Tzus “mini”, que chegam a pesar cerca de três quilos. Com o Lhasa, apesar de mais raras, elas também ocorrem. Nenhuma dessas raças tem variedades oficiais de tamanho. A nomenclatura mini assim como outras designações que sugerem a venda de espécimes particularmente pequenos, além de extra-oficiais, denotam pouca seriedade de quem as utiliza para fins comerciais. “Seja Lhasa, seja Shih Tzu, para adquirir um bom cão no Brasil, onde o plantel das duas raças está invadido por criadores pouco comprometidos com qualidade, é fundamental procurar canis renomados, que deixem claro o interesse em produzir exemplares saudáveis e de aparência e temperamento típicos”, aconselha a juíza cinófila Ana Beatriz Knoll, criadora de Lhasas desde 1983 3 dona do canil Excalibur Quest, de Valinhos, SP.
Rotina de Cuidados
Para que um Lhasa ou Shih Tzu oestente a exuberante cabeleira dos exemplares de exposição, é preciso, antes de mais nada, boa carga genética. Tratamento cuidadoso vem em segundo lugar, mas é fundamental. A escovação deve ser diária ou espaçada por um dia. A pelagem do Lhasa, apesar de mais abundante que a do Shih Tzu, é considerada de manutenção mais simples. “Os fios são mais grossos, quebram menos e são menos sujeitos a nós; no Shih Tzu, a escovação requer mais suavidade”, compara Raeder. “No Lhasa, para quem abre mão da condição impecável dos cães de competição, é possível obter uma boa pelagem adotando escovações duas vezes por semana”, diz Berrêdo Martins. No Shih Tzu, pondera o criador, a freqüência sobe para três vezes por semana. Hidratações regulares também são realizadas em ambas as raças quando peludas. Boa parte dos criadores ainda mantém os cães com papelotes, pelo menos, em certas áreas da pelagem, como a do topo da cabeça e a do focinho. Para cães que não partiipam de exposições, o papelote pode ser dispensado, mas ainda assim é recomendado prender a pelagem dessas regiões. Os pêlos de cima da cabeça, quando soltos, entram nos olhos. “Podem irritar ou mesmo ferir a vista e estimulam maior secreção ocular, que por sua vez, mancha a região abaixo dos olhos”, explica Ana Kramer. Já os pêlos do focinho entram na boca e também se molham e se sujam quando o cão come e bebe água. Resultado: acabam quebrados e malcheirosos. Para preservá-los ao máximo, o uso de bebedouros tipo mamadeira é recomendado por vários especialistas. Com eles, o cão mata a sede sem encharcar a pelagem ao redor da boca.
Desnecessário dizer que optar por cortes mais curtos é o passaporte para rotinas simplificadas. A conhecida tosa-filhote é a mais popular entre donos particulares. Os criadores também adotam em cães que não estão se apresentando em exposições. Caracteriza-se por deixar os fios com comprimentos entre cinco e dez centímetros e possibilita escovação semanal. Seja qual for o visual escolhido, Lhasas e Shih Tzus devem estar em dia com a chamada tosa higiênica. Ou seja, com pelagem ao redor do ânus e da genitália sempre aparada.
Quanto aos banhos, dê conforme o necessário. Vale lembrar que cães com branco na pelagem se sujam mais e acabam requerendo lavagens mais freqüentes. “Esses geralmente são Shih Tzus, cujos exemplares bicolores predominam no plantel atual; na criação de Lhasa, a maioria dos cães tem pouco ou nenhum branco”, comenta Teixeira.
Outros cuidados rotineiros necessários para ambas as raças são corte de unhas e limpeza de ouvidos, olhos e dentes. Por normalmente viverem em áreas internas e de piso não áspero, as unhas de Shih tzus e Lhasa muitas vezes não se desgastam naturalmente. Apará-la uma vez por mês costuma ser suficiente. Sobre os ouvidos, esses dois cães são sujeitos a inflamações no local. As orelhas pendentes e peludas abafam o duto auditivo, favorecendo a proliferação de microorganismos. Para evitá-la, providencie higienização semanal da região. A dupla também é vulnerável a problemas oculares, como conjuntivites. Manter a área ao redor dos olhos limpa e seca ajuda na prevenção do mal. O Shih Tzu, dono de olhos grnades e levemente protuberantes, é também particularmente propenso a ferimentos na vista. Portanto, lembre-se não só de prender os pêlos de cima da cabeça como de proporcionar ambiente seguro, desprovido de plantas espinhosas e de objetos pontiagudos. Já a dentição de raças pequenas é especialmente vulnerável à formação de tártaro e suas conseqüências. Para combatê-lo, o mais indicado é escovação dentária pelo menos uma vez por semana (com pasta apropriada ao uso canino; a humana costuma ser tóxica para cães).
No que se refere à necessidade de atividade da dupla, uma caminhada curta sem horário fresco é uma boa pedida. Mesmo assim, não é essencial. Lhasas e Shih Tzus são capazes de satisfazer a necessidade diária de exercício dentro de casa, até mesmo nas pouco espaçosas.
De onde Vieram
A semelhança entre esses dois cães não é fruto do acaso. Eles são parentes diretos. Pelosregistros disponíveis, o Lhasa surgiu há cerca de 800 anos em Lhasa, capital do antigo Tibete. Embora não se possa afirmar com certeza, sua origem costuma ser atribuída à mistura do tipo antigo de duas raças ainda hoje existentes, o Tibetan Terrier e o Tibetan Spaniel. Consta que o Lhasa vivia nos palácios e mosteiros, onde atuava como cão de alarme. Também chamado de Tibetan LionDog e Apso Seng Kye (cão leão sentinela de alarme), era considerado sagrado. Por isso, não podia ser comercializado, apenas oferecido como presente e símbolo de boa sorte. Alguns desses cães foram doados ao imperador chinês e passaram a viver na residência oficial da família imperial, a cidade proibida. Lá, os Lhasas acabaram se acasalando com outros cães do imperador, especificamente com Pequineses e talvez também com Pugs. Nascia o Shih tzu, mesclando características físicas típicas dos ancestrais. Do Lhasa, os traços herdados mais marcantes foram o tipo físico e a pelagem. Do Pequinês e, quem sabe, também do Pug, o focinho curto e s olhos grandes e redondos. Como função, apenas de fazer companhia aos donos. Não se sabe exatamente a data em que a raça surgiu, mas acredita-se que não tenha sido muito posterior à formação do Lhasa.
No século 19, ambas foram levados para a Grã-Bretanha, famosa por acolher raças caninas provenientes de regiões sem tradição cinófila. Caso do Lhasa e do shih tzu. São os britânicos que formulam o padrão dos dois e que respondem por eles perante a Federação Cinológica Internacional (FCI). Sobre o local de origem das duas raças, a FCI o atribui ao Tibete. No caso do lhasa, é inquestionável. Quanto ao Shih tzu, sua relação com o Tibete se restringe ao fato de ser a terra-mãe de um de seus ancestrais. A raça, em si, pelo que conta a história, apareceu na região de Pequim, sede do palácio imperial chinês.
Fonte: Revista Cães & Cia